Tenho momentos tão lindos
sozinho, no meu canto,
ou com os meus
– meu cachorro, minha noite,
meu vento, minha música… –
que olho para os outro com espanto
como se nada nos ligasse.
.
Minha alegria, e tua balburdia,
minha profundidade e a burrice
generalizada,
meu horizonte largo e
tua falta de horizonte,
parecem que não se encontram.
.
Mas a arte então me lembra
que só há arte popular
só há arte do que é comum,
pois cantar, é usar a voz;
dançar, é usar o corpo,
e assim todas as artes são
apenas as formas mais altas
daquilo que é de todos.
.
Compreendi, então,
que a arte é nossa forma
de se ligar ao mundo.