Somos uma época laica, não é mesmo? Onde a espiritualidade virou apenas um passado estranho, que pouco ou nada nos diz.
Será mesmo? Para William James, notório psicólogo do séc XIX, o espírito pode ser buscado de várias maneiras. Não é necessariamente sinônimo de “crença na igreja cristã”, como parecem acreditar a maioria dos “ateus” atuais.
James argumenta por exemplo que
“A influência do álcool sobre a humanidade deve-se indubitavelmente a seu poder de estimular as faculdades místicas da natureza humana, em geral reduzidas a pó pela frieza dos fatos e pela aridez crítica do período de sobriedade”
In James, W: “As variedades da experiência religiosa”
.
A espiritualidade é algo muito mais antigo que a religião cristã.
A se acreditar nos achados arqueológicos, é possível que a espiritualidade esteja na base, inclusive, de nossa evolução social. Penso aqui no fato de que já enterrávamos nossos mortos a cerca de 100 mil anos atrás, ao passo que nossas cidades apenas começaram em torno de 10 mil anos atrás.
Mas se através do álcool, buscamos alguma espiritualidade, não se pode dizer que somos “laicos” de todo.
Pelo contrário, ao menos nos fins de semana, há ainda muitos fiéis fervorosos, indo à “Igreja”!
eu(em)torno 